Além dessa questão de “exclusividade” faz tempo que eu ando implicante com peças dessas redes de fast-fashion, porque simplesmente os preços não fazem sentido.
Lá em Los Angeles, nos bairros mais “populares” bombam as lojas de roupas por $1,99. Sim, uma peça de roupa custando 4 reais.
Em Londres, uma camiseta estilo “street style” sai por 2£, uns 6 reais. E assim, eu entendo que a tributação dos Estados Unidos ou na Inglaterra seja muito menor que a nossa, mas fico pensando no processo de produção de uma roupa: tem o cara que planta o algodão e todos os seus funcionários da fazenda, o caminhoneiro que faz o transporte até a indústria têxtil que tem seus diversos técnicos e representantes comerciais que vendem para as fábricas da moda, onde você tem o dono, compradora, modelista, pilotista, chefe de produção, costureira, supervisor e representante comercial pra vender para a loja de roupas baratas que tem seus inúmeros funcionários. Ah sem falar da empresa das máquinas e dos aviamentos.
Em Londres, uma camiseta estilo “street style” sai por 2£, uns 6 reais. E assim, eu entendo que a tributação dos Estados Unidos ou na Inglaterra seja muito menor que a nossa, mas fico pensando no processo de produção de uma roupa: tem o cara que planta o algodão e todos os seus funcionários da fazenda, o caminhoneiro que faz o transporte até a indústria têxtil que tem seus diversos técnicos e representantes comerciais que vendem para as fábricas da moda, onde você tem o dono, compradora, modelista, pilotista, chefe de produção, costureira, supervisor e representante comercial pra vender para a loja de roupas baratas que tem seus inúmeros funcionários. Ah sem falar da empresa das máquinas e dos aviamentos.
É muita boca pra alimentar, é muita família envolvida até aquela roupinha chegar nas suas mãos. Não é como a indústria da beleza que tem máquinas fazendo todo o processo em progressão geométrica. São seres humanos... Fazer roupa ainda é um trabalho manual e estão exigindo desse processo artesanal uma escala robótica.
A gente fica meio “cego” quando entra numa loja dessas com roupas-tendência e preços inacreditavelmente baratos, não é? Eu mesma me sinto meio entorpecida, como se tivesse tomado um shot de tequila (da boa) na porta. Aquele lugar enorme e super bem iluminado, fotos maravilhosas, decoração apaixonante e uma variedade absurda de peças que “você precisa ter”. E que pra chegar até ali teve o sofrimento de alguém com exaustão, fome, carência, saudade, medo… escravizado ou quase. São denúncias atrás de denúncias, é descoberta de trabalho escravo em SP e prédio que cai em Bangladesh, envolvendo não só essas redes de roupas super baratas, mas também outras nada baratas. A ganância leva o homem a atitudes inacreditavelmente involuídas.
Eu não consigo mais ficar indiferente e agir como se não fosse comigo, sabe? Agora, como mudar essa realidade? Consumo consciente é a resposta pronta, mas alguém me explica como? Não comprando peças que vem escrito Made in China, Made in Thailand ou Made in Vietnam? Mas e as peças “feito no Brasil” que são produzidas por bolivianos escravizados?
A tecnologia que está expandindo as possibilidades de criação de moda, também precisa transformar o seu processo produtivo. O sistema do jeito que está não vai mais poder existir. Agora será que a solução é só deixar de comprar nessas marcas denunciadas ou exigir um selo de “empresa correta” vindo junto das instruções de lavagem?
Não sei, mas já tá na hora da gente pensar nisso.